Ser Pensante

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"Todo homem honesto deveria tornar-se filósofo, sem se vangloriar em sê-lo." Voltairé

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O Evangelho no "jeitinho americano" do brasileiro.



   




É de relevante data que tenho buscado algumas respostas frente ao que tem significado para mim ser um "imitador' de Cristo nos dias de hoje e ao que vêm a ser um "cristão",  tentando entender se há conformidade entre as duas coisas. 

   Ao longo dos últimos dois anos e meio de minha jornada por esta confusa sociedade, tenho tentado refletir um pouco mais frente a causas tão relevantes ao nosso cotidiano e devo confessar que nada tem me despertado maior incômodo neste período do que aquilo que tem regido a minha vida, de particular modo, e também regido o curso de mais da metade das vidas presentes neste planeta, que é a fé cristã.

   A apenas algumas horas atrás tive o prazer de apreciar um nobre texto que por seu conteúdo contextualizador histórico/ideológico,  me fez ter alguma esperança de que esta reflexão frente ao que vem a ser   hoje o que os moradores de Antioquia no primeiro século da Igreja chamaram de "cristãos", tem sido feita por pessoas de grande influência na sociedade, dentre elas alguns religiosos.
   
   O texto intitulado "Deus nos livre de um Brasil evangélico", teve grande repercussão em nosso país nos últimos dias. Escrito e publicado pelo Pastor evangélico Ricardo Gondim no mês de fevereiro deste ano em seu site, o texto causou grande polêmica frente aos que se proclamam evangélicos no Brasil. Claro que não pretendo com esta  fala dar uma conotação de generalização no que diz respeito á opinião dos evangélicos deste país frente ao texto referido. Mas o fato é que, dos muitos comentários e críticas que vi frente ao texto de Gondim, a grande maioria dos mesmos  foi escrita de maneira negativa ao posicionamento de Gondim frente ao crescimento das igrejas evangélicas no Brasil. Boa parte destas criticas escritas por pastores e lideres de todo o tipo, das mais variadas denominações evangélicas.

   Gostaria de ressaltar que concordo com 99,9% com Gondim e com o conteúdo explícito em seu texto, mas uma parte em especial, gostaria de enfatizar. O autor, logo no primeiro parágrafo de seu texto diz: "Começo este texto com uns 15 anos de atraso". Entendo que a nação brasileira, nas duas últimas décadas, vem sendo bombardeada com uma teologia ao melhor estilo "American way of life", que popularmente conhecemos como "gospel". É fato indiscutível que, nas duas últimas decadas este "evangelho" gospel tem se tornado o carro forte do protestantismo em nosso país. Mas você pode estar se questionando:

   - Eu, como cristão, não deveria achar isto um progresso para o país ?

   Gostaria de propor uma reflexão sobre o evangelho que tem sido  apresentado ao país, que nada mais tem sido do que um 'jeitinho americano" que o brasileiro tem encontrado de ser cristão. Esse estilo que ouso chamar "American way of live' na teologia, tem influenciado muitas vertentes cristãs neste país, sejam elas de origem protestante pentecostal, neopentecostalpresbiteriana, batista, anglicana, metodista, adventista e pasmem, até mesmo católica apostólica romana.

   Com a finalidade de contribuir para a reflexão de vocês frente às questões apresentadas, sugiro a leitura do texto de Ricardo Gondim postado em seu site, e a observação do documentário indicado ao Oscar que tem por título "Jesus Camp", que esta disponibilizado no site "Youtube" e dividido em 9 partes..

Deixo aqui os links. Espero que se interessem pelas questões apresentadas.


Em breve, estarei escrevendo sobre ste documentário, dando continuidade ás questões tratadas neste texto. Assistam meus caros(as)!!!
Grato pela atenção de todos vocês. 

Um agradecimento em especial aos amigos Silas Fiorotti, que tem dado acesso ao conhecimento de alguns textos do Gondim por meio de seu espaço no Facebook e no blog 'Espiritualidade libertária", e Allan Santana, pela indicação do blog "Documentários de Verdade". Vocês são geniais!

4 comentários:

  1. Claro que desde quando Jimmy Swaggart (EUA, 15/03/1935), iniciou os TELESHOWS, transformando o evangelho num ganho fácil de dinheiro aos esfomeados nicolaítas, na época (digo só na época, pois hoje, de longe, já inverteu os papéis), na época mais discretos que os padres (nicolaítas católicos) emergidos de um Brasil recém-desmilitarizado, estes viram nesta forma de marketing evangelístico uma maneira bombástica de "ganhar almas" (leia-se grana $$) via TV (antes considerado pelos crentes o diabo de um olho só) e assim ampliar seus pequenos feudos (denominações) à impérios (e seus ganhos juntos, rsrsrs), como o que veio a ocorrer, tendo como exemplo os satanistas Edir Macedo, Valdomiro chapeludo, Silas Malavéia, etc...

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  2. Está ai algo que não me espanta, a religião assim como a guerra como fonte de prósperos negócios e lucro para alguns poucos,o grande problema na minha opinião é fato de que "normalmente" a religião nos é imposta desde o nascimento não nos é dado nas instituições de ensino a noção ou em casa mesmo do que é a "religião" suas diferentes crenças e vertentes de pensamentos, muitas vezes seguimos o que nos é imposto e não procuramos saber a sua raiz, em outras palavras não há em inúmeros casos maturação do pensamento filosófico e religioso o que em grande parte se torna lucro nas mãos erradas e forma um tipo de "câncer social",e que apesar de já ter se tornado um "câncer" tenho que dizer também que toda regra se abre para exceções justamente porque há em algumas pessoas maturação de pensamento sem essa maturação sem o conhecer da frase "só sei que nada sei" fecham-se oportunidades de auto conhecimento e de conhecer o a sociedade da qual fazemos parte e tentar com isso independentemente da ideologia religiosa, filosófica e social buscar não apenas soluções mas mudanças de dentro pra fora ou seja quebrar o paradigma imposto pela sociedade e pelo meio isso é na minha opinião "revolução" e ela só depende da educação que tem que vir de casa e se dirigir para a escola isso é a unica opção que eu vejo atualmente como colaboração mais útil e eficaz para os educadores.

    chega cansei kkkk
    Denis você me paga kkk

    Abraços Carla Cristine

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  3. Já faz certo tempo que não sou favorável aos "evangélicos", como vc bem sabe... nada mais a comentar, exceto que o texto foi muito bem escrito! hehe
    bjus amor!

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  4. Sinceramente, a questão não é ser ou não a favor de evangélicos ou qualquer grupo religioso que seja. A religião nada mais é do que uma criação humana, com todas as suas filosofias e contradições. Não seria diferente com o "evangelismo", isso só reflete o que o ser humano é e como pensa. É muito fácil apontar o dedo na cara do outro e dizer o quanto o outro é culpado, o quanto o outro é preconceituoso, o quanto o outro engana os outros pobres coitados...realmente é muito fácil...então nada mais justo atacar ao sistema religioso, afinal se eu não pertenço a esse sistema, logo eu não sou como os que são. Será? Não é o pertencer ou não a um sistema religioso que faz de nós preconceituosos arrogantes, dominadores e responsáveis por tudo o que há de mais sujo no planeta, o fato de não pertencer a um sistema religioso, significa que não pertencemos a outro, pensem bem? Estamos todos inseridos num sistema (cientifico,teológico,ateísmo, agnosticismo, teísmo, filosófico, econômico, politico, anarquista etc.) conscientes ou não disso. Vejam por exemplo, a ditadura da beleza, o machismo, o feminismo, nada mais são do que sistemas baseados em ideologias e filosofias um tanto quanto racionais e transvestidos de historicidade, ciência e igualdade para todos, que no fundo nada mais são do que um grupo se fazendo superior ao outro (onde o outro é errado, é menos). A questão é sempre essa, o "poder" e esta obsessão pelo poder, por ser melhor que o outro a qualquer custo, a ganância pela competitividade, o egocentrismo enrustido de "amor próprio", são características encontradas em todos os seres humanos e consequentemente isto se reflete em qualquer sistema criado pelos próprios seres humanos. Agora o que fazer? Continuar? Acabar com todos os sistemas? Dar nova roupagem e nome, mas, continuar com a mesma essência? Continuar só apontando os erros dos outros, dizendo o quanto os outros é que são errados e religiosos? Ou que tal, parar, pensar, refletir e enxergar a sujeira que cada um tem dentro de si, que tal se chocar consigo mesmo? Que tal descobrir seus próprios preconceitos, erros, justificativas? Que tal abrir mão do poder, do controle? Que tal se sentir vazio, fraco, inútil, ignorante, feio, falso? Que tal não ser o dono da verdade? Que tal após pensar e sentir tudo isso, desejar e começar a limpar a casa interior? Que tal fazer isso ao invés de querer fazer isso pelo o outro? Talvez ai sim o ser humano possa realmente evoluir. Enquanto isso não acontece, vamos continuar a só olhar e apontar a "sujeira dos outros" e nos orgulharmos por não sermos tão sujos quanto aquele lá....

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