Infelizmente
Pra que pareça feliz, mente
Eis o ser criado a imagem e semelhança do bom Deus
Engana dizendo ser possível viver
Uma fé que não demonstra a nenhum dos seus
Se diz simples, mas é Zeus
Mas seus dias estão contados
Nisso consiste a fé
Desses que ainda inalam
O perfume da esperança
Em meio ao enxofre do palpável
Do real interminável
Indeterminado ao determinado ser
Fala de Cristo mas é
Mau filho
Mau pai
Mau marido
Mau cidadão
Mau isto
Mau aquilo
Enfim
Nada Disso
Um mau Cristo
Um bom da religião
Nós, nós
Somos nós a própria morte
A morte do gado
A morte num fado
A morte no prato envenenado, industrializado
Por nós inventado
Nós, nós
Somos nós a própria morte
Nascidos, banhados
Sob governos estrábicos
Que só olham pra um mesmo lado
Para nossa má sorte
Nós, nós
Somos nós a própria morte
De milhares, de dezenas
Que não comeram, não correram, não venceram
Não foram mega
E nem Senna
Nós, nós
Somos nós a própria morte
Do alimento com validade
Pro dia seguinte
De frieza um requinte
Maldade
Nós, nós
Somos nós
E vós
Não mais que pós
Modernidade da democracia morta
Alarde
Nostálgica antiguidade