Todo o religioso é dono de um grande e útil espelho falante. A madrasta do personagem Branca de Neve resume bem o que somos, há muito tempo. O espelho de todo o religioso tem a função de informar-lhe o quão belas são as suas convicções perante o desprimor duvidoso e irracional das outras concorrentes. Todo o religioso entende-se como despertado. Mas, nem todo o despertado entende-se enquanto religioso. Tomemos aqui religioso por pessoa que se comprometeu a seguir certas regras estabelecidas por um determinado grupo coletivo, afim de que estas regras evidenciem a sua fé no que professa este determinado grupo, angariando-lhe coisas boas para esta vida e aquela que há de vir após esta.
Logo, o despertado terá o anseio de despertar aos que dormem. Definirá, logo então, quem são os que dormem, e esta tarefa será bem simples, já que terá por sonolência toda e qualquer ideia que sugira que a sua ideia é a que evoca sonolência. Parafraseando Machado de Assis "é a eterna contradição humana".
Entendo que a compreensão disto é o verdadeiro despertar. Mas, fazendo isto, não estaria eu também me tornando um religioso? Sim, claro. Todos somos em alguma medida. Se religião é o canal de ligação entre o homem e o sobrenatural, logo, todos nós, sem exceção, nos tornamos religiosos ao acreditarmos em qualquer coisa que fuja a naturalidade do que vemos. Veja o exemplo na fé da prática do amor por parte dos homens, fazendo brotar com esta uma sociedade mais justa. O ateísmo e o agnosticismo, que forem militantes desta causa, tornam-se não mais do que duas grandes profissões de fé naquilo que não se vê, tal qual define o tão ressaltado Paulo de Tarso. Logo, irão querer passar adiante a sua fé, coisa típica de todo o religioso.
Não vejo problema na "evangelização", seja ela de cunho cristão-católico, protestante, umbandista, judeu, budista, kardecista, ateísta ou de qualquer outra perspectiva. Não. Ter algo como bom e querer dar este presente a outra pessoa é uma grande virtude. O problema não está aí. O problema está quando este "dar" se torna "impor". Pois bem, nesse sentido venho sugerir uma nova profissão de fé, frente a cultura da imposição: a profissão de fé na contracultura. A profissão de fé na possibilidade não não impor nada a outrem.
A contracultura tornou-se muito conhecida nos últimos tempos, principalmente pelos movimentos musicais e sociais, de ideologia política. Acho que nada mais espalhou melhor a mensagem da contracultura do que estes "dois evangelistas". Mas, para ser contracultural, basta a profissão de fé? Para ser contracultural basta vestir roupas estranhas, ter um cabelo estranho, falar coisas estranhas, e finalmente, tentar ao máximo ser o mais estranho possível ao que é tido como normal? Talvez o não seja a melhor das respostas.
A contracultura do século XXI seria o amor incondicional. Amar, sorrir, abraçar, oferecer a outra face, priorizar sempre o outro, perdoar, conversar, andar devagar, refletir, observar, ouvir mais, visitar, convidar, oferecer; tudo isto resumiria a religião que poderia ser tida como a religião dos despertados que não querem despertar pela imposição, mas simplesmente amar, ou seja, respeitar e servir mesmo os que insistem em dormir. A contracultura que poderia ser a salvação da humanidade. Sim, a contra-cultura como única e suficiente salvadora.
Se, neste momento, alguém pode aceitar a contracultura como única e suficiente salvadora, que a receba colocando as mãos no coração que só o Pai desta pode ver, e evidenciando-a perante a sua maneira de viver, que os outros homens também podem e necessitam observar.
Entendo que a compreensão disto é o verdadeiro despertar. Mas, fazendo isto, não estaria eu também me tornando um religioso? Sim, claro. Todos somos em alguma medida. Se religião é o canal de ligação entre o homem e o sobrenatural, logo, todos nós, sem exceção, nos tornamos religiosos ao acreditarmos em qualquer coisa que fuja a naturalidade do que vemos. Veja o exemplo na fé da prática do amor por parte dos homens, fazendo brotar com esta uma sociedade mais justa. O ateísmo e o agnosticismo, que forem militantes desta causa, tornam-se não mais do que duas grandes profissões de fé naquilo que não se vê, tal qual define o tão ressaltado Paulo de Tarso. Logo, irão querer passar adiante a sua fé, coisa típica de todo o religioso.
Não vejo problema na "evangelização", seja ela de cunho cristão-católico, protestante, umbandista, judeu, budista, kardecista, ateísta ou de qualquer outra perspectiva. Não. Ter algo como bom e querer dar este presente a outra pessoa é uma grande virtude. O problema não está aí. O problema está quando este "dar" se torna "impor". Pois bem, nesse sentido venho sugerir uma nova profissão de fé, frente a cultura da imposição: a profissão de fé na contracultura. A profissão de fé na possibilidade não não impor nada a outrem.
A contracultura tornou-se muito conhecida nos últimos tempos, principalmente pelos movimentos musicais e sociais, de ideologia política. Acho que nada mais espalhou melhor a mensagem da contracultura do que estes "dois evangelistas". Mas, para ser contracultural, basta a profissão de fé? Para ser contracultural basta vestir roupas estranhas, ter um cabelo estranho, falar coisas estranhas, e finalmente, tentar ao máximo ser o mais estranho possível ao que é tido como normal? Talvez o não seja a melhor das respostas.
A contracultura do século XXI seria o amor incondicional. Amar, sorrir, abraçar, oferecer a outra face, priorizar sempre o outro, perdoar, conversar, andar devagar, refletir, observar, ouvir mais, visitar, convidar, oferecer; tudo isto resumiria a religião que poderia ser tida como a religião dos despertados que não querem despertar pela imposição, mas simplesmente amar, ou seja, respeitar e servir mesmo os que insistem em dormir. A contracultura que poderia ser a salvação da humanidade. Sim, a contra-cultura como única e suficiente salvadora.
Com base nisto, costumo afirmar que existem dois cristianismo, ambos absurdos. Um é este que anula todo o desenvolvimento humano que nega o que se acredita piamente por meio do espelho do ego religioso. Que prega a paz por meio de atitudes violentas, fisicamente e moralmente. Que serve a um deus que mata por matar, sem sentido algum. Que toma por literal toda e qualquer fala de alguém que roda e fala palavras estranhas, tendo estas como promovidas pelo próprio Criador. Que crê que um livro, escrito por homens tão falhos como os próprios leitores, tenha sido todo sussurrado por uma tal de inspiração, vinda esta do próprio Deus. O outro, tão absurdo quanto e apresentado por Jesus, é tão irracional quanto o primeiro, justamente por ir na contramão dele, que é o predominante, incentivando-nos a dar, e não receber, contradizendo assim o primeiro dos absurdos proposto pelo cristianismo. Propõe o amar incondicionalmente. O primeiro dos absurdos traz a desgraça, mas o segundo, a felicidade.
Se, neste momento, alguém pode aceitar a contracultura como única e suficiente salvadora, que a receba colocando as mãos no coração que só o Pai desta pode ver, e evidenciando-a perante a sua maneira de viver, que os outros homens também podem e necessitam observar.