Ser Pensante

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"Todo homem honesto deveria tornar-se filósofo, sem se vangloriar em sê-lo." Voltairé

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

FI DE BAIANO

Você que se julga descendente de europeu, branco, raça pura, morador das grandes metrópoles brasileiras localizadas nas regiões sul/sudeste e pede a cabeça dos nordestinos, deveria estudar mais um pouquinho História.

Se estudasse, saberia que na Idade Média, em um determinado período onde passou-se a  produzir mais, vender mais, viajar mais; onde o dinheiro finalmente se tornou primordial para o surgimento de uma nova lógica econômica, surgiram o que chamamos hoje de metrópoles, ou grandes centros. 
Surge então o conceito de urbano. Os que habitavam estes grandes centros já tratavam com preconceito e discriminação os que vinham de fora. Era tudo uma questão de dominação territorial e econômica, que pela cegueira que o lucro causa no homem, colocava uns contra os outros, potencializando este estrume social chamado xenofobia.

Dependendo do lugar de origem de seus antepassados europeus, pode ser que tenham sido eles os nordestinos da época em que viviam. Pessoas que necessitaram ir de um lugar para outro, para o que chamamos de grande centro, para tentar sobreviver em meio a um sistema econômico que coloca uns contra os outros.

Pense nisso.

Mesmo que você saiba que nenhum de seus antepassados foi isso que chamo de "o nordestino da época", é bem provável que um destes mesmos antepassados que para você hoje é motivo de orgulho, tenha sido xenófobo.

Pense nisso também.

De toda a forma, acho bem possível você perceber, em toda esta reflexão que propus, que pouco evoluímos.

Não todos, pois sempre digo que "todo mundo é muita gente".

Repito o que havia dito em outra postagem. Repito também que isto que virá não se aplica a todos os homens, mas à grande parte deles, e talvez eu me inclua entre eles.

Não somos medievais.

Muito menos Antigos.

Ainda menos Pré-históricos.

É algo indescritível sob a temporalidade e os conceitos históricos sobre ela, o que somos hoje.

Somos o caótico resultado de tudo isso e muito mais.

Somos os filhos de uma modernidade inclassificável positivamente.

O pós-moderno da perdição humana.

"Ser humano perfeito, não tem mesmo não.
 Procurada viva ou morta a perfeição.
 Errares, humanos est, grego ou troiano.
Latim, tanto faz pra mim: "FI DE BAIANO"

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