Certa feita, um poeta renomado, considerado um mestre da arte do pensar, que além de tudo traduzia textos, falava muitos idiomas, pintava muitos quadros, que ganhou muitos prêmios, resolveu isolar-se da fama. Muitos, quase todos mas nunca todos, o procuravam para ouvir o que ele tinha a dizer sobre uma grande quantidade de assuntos, quase de todo tipo mas nunca todos, que pudessem estar a mesa. Sua palavra era decisiva e redentora para muitos. Poucos a entendiam. Sobre um simples tomar de vinho do guia, tomavam suas decisões.
Em uma determinada noite, resolveu o sábio poeta isolar-se de tudo. Exilou-se. Criou a sua ilha. Isolou-se de quase tudo. Subiu as montanhas e foi ter única e exclusivamente com o vento. Mas, passou a notar que até ali, havia alguém além dos pássaros e dos insetos a lhe observar. Certa feita, ele convidou o jovem que estava a lhe observar a dias para entrar e indagou:
- O que buscas em mim?
- O que buscas em mim?
O jovem disse:
- Quero apenas beber da sua água, dizer o que não dizia, como tu, meu admirado poeta a segundos, em si mesmo, fazia.
- Quero apenas beber da sua água, dizer o que não dizia, como tu, meu admirado poeta a segundos, em si mesmo, fazia.
O mestre pediu que ele se sentasse e se pôs a discursar, a falar por todo o tipo de parábola, usando toda a espécie de metáforas.
Ao final, o sábio mestre, acabara seu sermão ressaltando:
- È preciso olhar ao seu redor e deixar a sabedoria fluir. Ouvir, ver, sentir, perceber-se, e afirmar o que há, houve e poderá vir a existir disso tudo que contemplastes. A ti bastas a contemplação.
O mestre soltou um brado!
- Ouvistes?
O jovem atônito:
O mestre soltou um brado!
- Ouvistes?
O jovem atônito:
- O que?
O metre gritou novamente, esbravejando, inconformado...
- Ouvistes?????!
O garoto, zonzo, acreditando ter desperdiçado um grande ensinamento proferido ali, temente, também esbravejou num surto de agonia:
- O que ???!!!!
Respondeu o mestre:
O metre gritou novamente, esbravejando, inconformado...
- Ouvistes?????!
O garoto, zonzo, acreditando ter desperdiçado um grande ensinamento proferido ali, temente, também esbravejou num surto de agonia:
- O que ???!!!!
Respondeu o mestre:
- Um pum.
- O que?
- Ouvistes? Ou vistes?
- O que?
- Um pum!
E disso nasceu mais uma poderosa poesia do mestre, um grande ensinamento, que se tornou uma grande canção, que foi gravada, que foi às rádios, mas que nem o jovem que tanto admirava a sua sabedoria, nem os que leram a sua poesia, nem os que ouviram a sua canção, puderam entender.
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