Ser Pensante

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"Todo homem honesto deveria tornar-se filósofo, sem se vangloriar em sê-lo." Voltairé

sábado, 26 de janeiro de 2013

Lamentações de um Jeremias do século XXI - Os primeiros sintomas


     Tudo começa com dúvidas. Não é muito comum que a primeira dúvida seja "é pecado ter dúvidas?", mas é quase certo que todo aquele que se põe a duvidar de algo, ou até mesmo de tudo, chegue a tal indagação. Nem sempre a ideia de pecado empregada no enunciado da questão proposta está inserida em um contexto religioso. Nos atuais dias, pecado pode se traduzir por incomum, singular, excepcional. Parece que Deus e o comum, o normal e o aceitável devem andar juntos. A unanimidade  mediante algumas leituras de mundo, comportamentos e tendências parece ser algo santo e que não pode ser vendida ou trocada por absolutamente nada. O que há de mais assombroso nisto, é que esta doutrina ortodoxa que impõe a forma e a direção pela qual devemos andar, venha de um livro que, ao meu ver, apresenta homens e mulheres que fizeram exatamente o contrário do que os que extraíram tal ortodoxia destes livros fazem: cutucar a colmeia do status quo.

     A alguns meses venho ensaiando o início destes textos. Já havia comentado com inúmeros companheiros desta dura jornada, minha intenção de iniciar algo mais pessoal, que falasse um pouco mais sobre a minha trajetória até descobrir o que pretendo evidenciar que todos devem também constatar: que sou (somos), um ser pensante. Não havia ainda achado ocasião demasiadamente propícia para começar os textos. Sim, assuntos não faltam, nem vivências, apesar da pouca idade. Mas, ao me deparar com os primeiros episódios do seriado The Walking Dead, na rede Bandeirantes de televisão, e logo depois no Youtube, acho que me senti a vontade para começar a mexer os dedos.

    Sempre me senti incomodado com as palavras de Cristo "não jogueis pérolas ao porcos". Quem define que são os porcos? E quem de nós pode saber o que são as pérolas? Pois bem, a questão não é tão simples quanto parece, e se boa parte dos que citam estas palavras tivessem consciência disso, não as desperdiçariam tolamente. O seriado em questão apresenta a mesma indagação, mas em outras palavras. Deve-se matar os zumbis. Mas, zumbis ou humanos doentes? Quem está apto a fazer a diferenciação de uma coisa e outra. Bom, as respostas para estas perguntas não são fáceis.

     Todos os carros estão em uma mesma direção. Apenas um homem e seu cavalo estão indo para o lado oposto. "Se você não vai, não impeça a mim" - quantas vezes  ouvi minha mãe cantar este verso? Foram muitas. Me parece ser exatamente o que acontece nos atuais dias. Tudo começa com a dúvida frente a realidade de que os zumbis existem, estão indo para uma mesma direção e, será que é vantajoso ir na direção oposta? Quais os lucros e perdas consequentes desta escolha? E se escolhemos ir juntamente com eles, rumo ao certo? Quais as vantagens? E as desvantagens? 


    Tomei conhecimento de um sábio profeta a algum tempo, mas só nesta madrugada resolvi dar-lhe a devida atenção. Zaratustra é o seu nome. Ele escolheu ir na direção oposta também. Pobre e feliz homem. A direção oposta lhe concede a paz de espírito, e com ela o temor pela falta de paz que emerge dos que veem a paz que seu espírito propõe. Os atuais dias e homens do presente século assim também o são. Por um breve momento, deixo-lhes com as palavras deste sábio ser.

"Percorrestes o caminho que medeia do verme ao homem, e ainda em vós resta muito do verme. Noutro tempo fostes macaco, e hoje o homem é ainda mais macaco do que todos os macacos."


    Vejo o Espírito de paz nas palavras do sábio persa. Quem têm ouvidos ouça, o que o Espírito diz ás igrejas. 

     

     

Um comentário:

  1. Muito bom. Penso que toda dúvida parte do pressuposto que todo esclarecimento ou toda busca por verdades( que já existem em nós) intuídas, mas não decodificadas, para alcançar uma resposta que testifique verdadeiramente quem somos, ocorre quando primeiramente despimos de toda formatação que nos foi proposta pelo sistema, seja religioso, familiar, social, etc...também dos nossos achismos. É como deixar que tudo caia por terra para refazer...destruir para reconstruir e vejo que você tem feito isso não com arrogância de que acha saber tudo, mas permitindo que suas dúvidas e confusões te conduzam apenas á sua verdade e ao conhecimento e entendimento de Quem Deus é, livre da gaiola das mentes limitadas. Parabéns, e quando fizer seu livro...quero muito ler

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