Não se pode esperar um
movimento revolucionário de um povo que não se vê necessitado de mudança. O
masoquismo tem sido a alcunha que representa a grande massa. Os poucos que
ousaram efetivamente pensar frustram-se por estarem de mãos atadas tendo em vista
que, na atual conjuntura socioeconômica, uma única andorinha realmente não pode
fazer verão.
Aos que sentem o peso da
angústia do esclarecimento, resta a espera, ou pela morte coletiva, que já é
praticamente certa, independente de profecias apocalípticas ou não, ou da saída
para a vida coletiva, que chegaria a ser praticamente uma ressurreição. Não há
outra forma de se alcançar a plena felicidade senão no mais profundo cerne da
coletividade. E tem sido exatamente pela constituição individualista e
mesquinha de nossa sociedade que a felicidade se encontra há anos luz distante
dos homens.
Leve-se em conta que o que
chamo felicidade não pode, de maneira alguma, ser confundida com a realização
pessoal e momentânea que proporciona o sistema até aqui citado, a uma parte da
humanidade. Todo indivíduo que opta por se manter esclarecido de que, na atual
conjuntura, toda conquista material de um representa a perda material de outros
ou muitos, dificilmente terá a honestidade de se dizer convicto de estar
plenamente satisfeito e feliz, estando distante da angústia do presente século
por completo.
Se pensar de maneira ética é
pensar no bem estar comum do todo, sem deixar ninguém para trás, a ética está
tão próxima dos homens como Deus está do diabo.
Essa é a tal "aberração ética" à qual Marilena Chaui tanto se refere. Meu vizinho durante 40 anos usou a calçada de minha casa para depositar o lixo da casa deles. Há dois meses atrás pedi para usarem outro lugar para depositar o lixo. O cara saiu de casa em casa chamando-me de "criador de caso". Essa é a ética burguesa versão favela.
ResponderExcluirSíndrome da dúvida absoluta
ResponderExcluirUm bom guerreiro
Não foge a luta!