Pensamentos de longa data, que só resolveram apresentar-se à mim novamente nesta data querida:
"Qual o limite entre a fé e o fundamentalismo? O
que define uma vida ética? O que define uma vida religiosa? A fé (ou o que
chamam de vida religiosa, ainda que meu conceito de religião consista em que a
mesma e a fé podem ser coisas distintas) consiste em uma superação da vida
ética?
Em dias de grande caos ideológico, deparo-me
angustiado com inúmeras reflexões que podem contribuir ou não para tantos outros
que, assim como eu, deparam-se com inúmeras incertezas frente às suas crenças,
bases e concepções do que vem a ser certo ou errado, moral ou imoral e ético ou
anti-ético.
Pergunto-me se ser fundamentalista consiste
unicamente em discordar do modo como pensa a maior parte, ou até mesmo ser o
único a pensar de tal forma. Pelo que tenho observado de muitos, parece-me que
um bom tanto de pessoas pensam desta maneira.
Ora, se grande parte da sociedade pensa ser
altamente justificável e racional um relacionamento casual por exemplo,
torna-se fundamentalista aquele que, de maneira "irracional" ou pelo
menos de maneira não pautada nas justificativas mais comuns a todos, pensa de
maneira diferente. Tão logo, vale-se do mesmo raciocínio para o contrario
disto.
O que indago aqui é se nossas bases frente ao
que vem a ser o mais ético e o fundamentalista estão firmadas em solos
resistentes e coesos. Não busco por essas linhas esclarecer esta questão. Muito
pelo contrário. Busco pelas mesmas incomodá-los a uma reflexão que resulte em
um possível debate entre os que argumentam frente a tal problema. Convido-vos à
angústia do questionamento do que é agir eticamente e se é possível agir de
maneira acima do ético.
Pelo "quase nada" que li de Kierkergaard,
parece-me ser justificável que a fé pode ser a superação da ética. Peço aos
"amadores" e aos especialistas no assunto que me ajudem a solucionar
tais questões. Grato aos que desde já participam de algum modo deste vão
pensamento, ainda que somente lendo. Ainda mais grato pela paciência dos que
tentam compreender-me."
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