Mudança?
Revolução?
O grande mestre Paulo Freire pede que eu tenha alguma esperança. Mais do que isto, incita a mim, seu leitor, que eu acredite que o rapaz que está ao meu lado dentro do ônibus, com um aparelho que emite algo que não ouso nem chamar de som que profere frases do tipo:
"...é melhor não falta com respeito
suja o meu nome perante a favela
que eu te deixo esticada no chão
do tiro na sua mão e quebro suas pernas
eu vo ti levar pro microondas mais antes eu rasgo
seu corpo na bala
pra família te reconhecer,
só mesmo no exame da arcada dentária ."
Grande mestre! Sábias palavras que vem de encontro ao meu desespero no momento mais oportuno. Às 8 da manhã, em meio à todos os sons da cidade de São Paulo e sua agressividade peculiar, que me fazem ter alguma esperança de que este indivíduo ao meu lado, venha ser um agente transformador desta realidade que me cerca e me perturba.
" O mundo não é. O mundo está sendo. Como subjetividade curiosa, inteligente, interferidora na objetividade com que dialeticamente me relaciono,meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrências. Não sou apenas o objeto da História, mas seu sujeito igualmente. No mundo da História, da cultura, da política, constato não apara me adaptar mas para mudar."
(FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Paz e Terra, p.76)
Sim! Me convencestes de que ensinar exige a convicção de que a mudança é possível. E ensinar não pode e não deve estar ligado só às quatro paredes daquilo que ainda insistem em chamar de escola.
Eu sou professor de escola pública num bairro pobre, e faço minha parte: levo de baião a rap e pop rock pra eles escutarem, mostro desde vitrais góticos católicos até arte contemporânea amazônida e libertária, proponho que eles façam coisas "descoladas", como ter liberdade pra escrever um "caralho" nos exercícios, mas também cobro coisas bem tradicionais quando necessário.
ResponderExcluirAcho que os alunos, independente do repertório cultural que possuem, são capazes de curtir e interagir com novidades, desde que não soe como algo chato e sem sentido. É claro que muitas vezes me bate um desânimo, pq muitos estão lá só por obrigação e pra sacanear, mas é um preço que o professor paga, por ser acomodado e não mudar o modo como a educação funciona hoje em dia no Brasil.
Acho que você está contribuindo para transformações ao fazer posts como este!
ResponderExcluirA mudança não é algo pronto, nem mesmo uma "entidade" que um dia virá e "acontecerá". Ela se dá nas relações, nas ações...
Continue assim, crescendo a cada dia em conhecimento e experiência!
Te amo... ;)
O sistema de ensino ao qual somos apresentados não exercita tanto o poder de pensar, criticar, duvidar...
ResponderExcluirIsso torna as coisas mais difíceis, bom seria se todos fossem como o Gil. Mas tem alunos que não estão interessados e também os professores sem interesse.
Acho que a boa educação é a base de tudo, minha sorte é que apesar de ter tido falta disso na escola é que tinha fortes influencias em casa e na família.
Cara, faz muito sentido. Por qual motivo lecionar sem crer que fara alguma diferença na bagaça toda? Muito bom Ser, boto fé. Hail Paulo Freire
ResponderExcluirapesar das dificuldades eu ainda acredito em um mundo melhor através do ensino!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluir